A utilização de satélites tem-se revelado uma ferramenta fundamental para a observação da Terra e do Oceano fornecendo informações importantes aos mais diversos setores e domínios, desde o sector académico ao comercial. As interações do Espaço-Oceano-Terra representam um dos grandes focos do sector espacial, com o objetivo de apoio à resolução dos assuntos mais desafiantes da atualidade, nomeadamente, as mudanças climáticas.
O propósito deste workshop baseou-se na reunião de possíveis utilizadores de uma constelação de pequenos satélites (cubesats) denominada de “Atlantic Constellation”, que propõe proporcionar medições importantes com uma elevada frequência, permitindo o desenvolvimento de aplicações inovadores nas referidas interações, Espaço-Oceano-Terra.
Nesta conferência, Mariana Moreira e Francisco Wallenstein, contribuíram com a sugestão de instalação de três sensores num dos satélites da constelação Atlantic. O principal impulsionador da proposta baseou-se na necessidade da comunidade científica geodésica em atingir precisões de resultados cada vez mais elevados. Requisitos tão exigentes obrigam a que todas as técnicas geodésicas espaciais, nomeadamente, VLBI (Very Long Baseline Interferometry), GNSS (Global Navigation Satellite System) e SLR (Satellite Laser Ranging), sejam melhoradas. Uma maneira de atingir este melhoramento é através dos chamados “space-ties”, que tal como indica o nome estabelecem laços entres as principais técnicas através do posicionamento de sensores de cada técnica específica numa única plataforma espacial, i.e. num só satélite.
Juntamente com as diversas propostas feitas pelos diferentes potenciais utilizadores e parceiros, a constelação passou agora para uma fase mais avançada do seu planeamento.